Das Boas Almas

Daqueles dias que se quer apenas deitar na cama e olhar para o teto. Pensar em flashbacks naquilo que se foi e criar o roteiro daquilo que se quer ser, esquecendo por alguns instantes do que se é. Aqueles minutos que servem como panacéia, a cura indolor, como se fossem o analgésico cavalar ou o riff de guitarra.

Contemplar aquelas coisas sem valor que quase ninguém vê, a chuva que respinga na janela, o sorriso vagabundo do cachorro vira-lata, aquela música daquela banda que você tinha esquecido que existia, tocando aquele refrão que ninguém conhece mas é sensacional.

Escrever confissões que ninguém vai ler, fechar os olhos e sonhar de forma aleatória, apenas para acordar com a boa sensação de estar revigorado. Quando gestos valem mais do que palavras. Quando até a ausência deles vale bastante coisa.

Porque, por mais que se pareça só, nunca se está desamparado. Sempre haverá a palavra de conforto, a mão amiga, o abraço de consolo. As boas almas que nos pajeiam e nos rodeiam. E, mesmo nos momentos mais difíceis, quando tudo parece desmoronar, o refrão daquela música da banda que você tinha esquecido vai ecoar. E você vai sorrir. “If it wasn’t for the good souls, life would not matter…” *

_______

“Se não fosse pelas almas boas, a vida não teria importância”, de Starsailor em “Good Souls”

3 opiniões sobre “Das Boas Almas

  1. Pra este texto, uma música…porque num momento de reflexão uma boa alma mandou (e desde então adoro as músicas dele)

    “Then we’ll be waving hands singing freely
    Singing standing tall it’s now coming easy
    Oh no more looking down honey
    Can’t you see me?”

    Curtir

Agora pare: Escreva um comentário