Gabo – Ano Um

[música incidental – “Gabriel”, de Beto Guedes]

“É só de ninar
E de desejar que a luz do nosso amor
Matéria-prima dessa canção
Fique a brilhar…”

Oi, filho. Doze meses. Muito tempo se passou desde a primeira vez que peguei você nos braços, meu amor. Você nasceu grande, mas pra mim era muito miudinho. Eu, ogro e estabanado, morrendo de medo de quebrar você, enquanto a pediatra te pegava com a desenvoltura típica de especialista. “Corta o cordão, pai!” E eu lá, com aquela tesoura cega, querendo romper aquele vínculo físico e ao mesmo tempo morrendo de medo de te machucar. E agora você taí, andando…

Você é muito amado meu filho. Amado pelos seus tios, e, acredite, você tem tios pelo mundo inteiro. Tios de sangue, tios de alma, tios de afeto, tios transbordando carinho; muito amado pelos seus padrinhos, que são pessoas fabulosas, almas boas; muito amado pela sua Tia Nanda, que é um capítulo à parte, porque é sua caçamba, escudeira, guardiã, quase anjo da guarda; muito amado pela sua irmã, esse arco multicolorido que te protege como se você fosse extensão dela – e talvez seja mesmo – e ainda te presenteou com um bicho de estimação que fica montado em cima do seu carrinho fazendo vigília [isso enquanto não dorme, claro].

“E é pra você
E pra todo mundo que quer trazer assim
A paz no coração
Meu pequeno amor…”

Pela sua mãe, o amor nem conta, filho. Ele transcende. Você, que é ruivo como ela, tem muito dos trejeitos. Quando você nasceu, eu disse que éramos imbatíveis. E continuamos sendo imbatíveis. Hoje, eu e sua mãe não estamos mais juntos, mas por você e sua irmã sempre seremos família, um só, inquebrantáveis. O tempo assenta as coisas, ameniza as mágoas e faz com que boas lembranças retornem e surjam. Hoje, tudo é muito recente, mas há de melhorar. Você deve ter orgulho da pessoa espetacular e incrível que é sua mãe, alma boníssima, desprovida de qualquer paranóia ou maldade. Não poderia ter mãe melhor, guri. Vá por mim.

“E de você me lembrar
Toda vez que a vida mandar olhar pro céu
Estrela da manhã…”

Por você e por sua irmã, muitas vezes eu abri os olhos e levantei, carinha. Porque às vezes morremos de medo, mas lembramos que, por sobrar medo, não falta coragem. Não adianta fugir, filho, nem falar e resmungar aos cantos, soltando ao vento nossas tristezas e temores, como moleque covarde. A gente é sujeito homem, lembra? A gente encara de frente. Às vezes passam um monte de besteiras na cabeça, a tempestade é enorme, o afogamento é quase certo, mas o amor como o de vocês são as bóias que fazem flutuar. E eu, filhote, só tenho a agradecer a ti e tua irmã.

“Meu pequeno grande amor
Que é você, Gabriel
Pra poder ser livre como a gente quis
Quero te ver feliz”

Neste primeiro aniversário, Gabriel, parabéns. E que seja sempre suave, mesmo nos momentos duros, que virão, porque eles é que te forjam o caráter. Sempre sereno. Com amor, saúde, alegria e felicidade. Meu Gabriel, Gabo, Gabão, Gabiroba, Ziriguidum, Ziriga, Riga [lembra do grito, filho? Aquele que só papai faz, e que te faz sorrir quando você tá com febre?] e tantos apelidos que virão. Sua mãe, seus tios, sua irmã sempre estarão ao seu lado. Papai também. Você tem pai. E um pai que te ama muito. E que estará ao seu lado em todos os bons momentos, até a hora de seguir em frente e você continuar seu legado, voando só. Que Deus te abençoe. Nós somos de infantaria e mar. Não esqueça. Quero te ver feliz. Sempre feliz. Nesta semana, Feliz Aniversário, o seu primeiro. Neste e em todos os outros momentos, eu amo você.

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